quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Casa noturna vira abrigo para desalojados em Blumenau

A experiência em já ter perdido a casa em uma enchente em 1983, fez com que o casal Iolanda e Raulindo Rothernel, dono de uma casa noturna em Blumenau (SC), colocasse seu estabelecimento à disposição da Defesa Civil.
Desde domingo (23),o local abriga cerca de 60 pessoas de Blumenau e Gaspar (SC). “Só quem teve a casa em baixo d’águia sabe o que é viver essa situação. Em 1983, fiquei com meu marido e minha filha de três meses em uma casa em construção sem casa e sem janelas com mais 30 pessoas. O bebe teve início de pneumonia e não podia ficar em local úmido, sorte que eu consegui um espaço com minha cunhada e pude tratar minha filha. Foram situações tão difíceis que dói lembrar”, diz Iolanda. Na época, Iolanda ficou 20 dias fora de casa. “Vejo a desgraça dos outros e peço que Deus me dê força para ajudar. Não fui atingida desta vez, mas não quero ficar de braços cruzados”, afirma.
Desde que foi inaugurada há 20 anos, é terceira que a casa noturna recebe desalojados. O que torna o abrigo “atraente” é a existência de geradores e um poço artesiano, o que garante o fornecimento de luz e água, que é raro em muitas regiões da cidade. O estabelecimento recebe, inclusive, quem chega ao local apenas para tomar banho e se alimentar. Como quase toda a cidade, a casa noturna também está situada em uma encosta. “Estamos fazendo obras de contenção para que o desmoronamento não se estenda”, diz Raulindo. Organização Soldados do Exército estão no local desde domingo e coordenam a coleta e distribuição de roupas. Duas assistentes sociais recebem e cadastram os desalojados. “Esses dados vão servir para indicar à prefeitura quais famílias vão precisar de ajuda para alimentação e aluguel, quando a situação melhorar”, afirma a assistente social Vilma Vilaboim.
Elas também ajudam a organizar as atividades dos voluntários e desalojados. “É importante manter as pessoas ocupadas, mostrar que são úteis. Ao mesmo tempo, elas ajudam muito com as tarefas de limpeza e não cozinha”, afirma a assistente social Maria Eunice Bernat.
fonte: site G1

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