sábado, 19 de março de 2011

Pais que tiveram a filha assassinada fazem protesto para pedir justiça

A vida de alegria e lembranças de Maria Rosângela

As lágrimas escorrem dos olhos de Marina com frequência. Sobre a mesa de jantar na casa da família Muniz, os álbuns de fotos são as lembranças dos momentos felizes ao lado de Maria Rosângela, assassinada dia 25 de janeiro. Aos 70 anos, Marina recorda que a filha cresceu brincando às margens do Rio Itajaí-Açu, próximo à estação da Celesc, no Bairro do Salto.


- Ela era sapeca. Às vezes aprontava e acabava sobrando para os irmãos - conta a mãe, que espera adesão da comunidade no protesto deste sábado que pedirá Justiça aos suspeitos pelo crime.


Com o sorriso de sempre estampado no rosto, Maria Rosângela aos poucos deixou de lado as brincadeiras de menina para assumir as responsabilidades da vida adulta. Casou. Mas conquista maior veio depois dos 40 anos, quando descobriu que estava grávida. Dois anos depois, Maria Rosângela teve o segundo filho. Ela se separou do marido, mas ter as crianças - uma menina de 11 anos e um garoto de nove - ao seu lado era tudo o que precisava para se superar a cada dia.


Amiga e companheira, assumia mais responsabilidades na vida profissional à medida em que se destacava. Era uma mulher alegre, feliz e que os pais jamais pensaram que teria inimigos. A concepção de que alguém não gostava de Maria Rosângela só surgiu no dia em que ela desapareceu.


Protesto será em frente ao presídio


Passados quase dois meses da morte de Maria Rosângela, a família Muniz ainda tenta entender que motivos tinham os suspeitos para matá-la de forma tão cruel. Conforme o inquérito da Polícia Civil, Maria Rosângela teria descoberto um rombo no caixa da Unisaúde, cooperativa onde trabalhava. Vanessa Nardes e Elias Schroeder seriam os suspeitos pelo desfalque. A vítima teria alertado que os denunciaria pelo esquema.


Enquanto tenta superar a dor da perda, a família reúne forças para protestar. Uma mobilização em frente ao Presídio Regional de Blumenau neste sábado, às 15h, vai pedir justiça. O protesto é para que o caso não caia no esquecimento e para que os suspeitos, que estão presos desde o dia 8 de fevereiro, permaneçam lá. Os participantes vestirão uma camisa com a foto da vítima.


- É pela Maria Rosângela e por todos que, de alguma forma, se sintam injustiçados - explica o irmão, Jonas Muniz.


O convite para o protesto foi espalhado pela internet, assim como foram os pedidos de informação durante o desaparecimento de Maria Rosângela.

Fonte: JSC

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