segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Hospitais têm de notificar casos

Em Blumenau, as 11 pessoas infectadas recebem tratamento especial

A partir de hoje, todos os hospitais do Estado com UTI devem notificar a Secretaria de Estado da Saúde sobre casos de infecção e colonização pela bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase). A popular superbactéria é resistente a antibióticos como as penicilinas.


A medida é preventiva, uma vez que os casos registrados no Estado até agora não são considerados graves. Em Blumenau, a Diretoria de Vigilância em Saúde foi informada de 11 casos. Todos estão sendo tratados de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde: pacientes isolados e profissionais que lidam com os doentes usam luvas e aventais, além de fazer a higienização das mãos a cada contato.


Médico infectologista do Hospital Santa Catarina, Ricardo Dimas Zimmermann explica que todos os seres humanos têm bactérias no corpo, que podem ser sensíveis ou resistentes. Em um determinado momento, essas bactérias causam infecções e precisam ser tratadas com antibióticos. As sensíveis são logo controladas e eliminadas. As resistentes continuam atuando e precisarão ser combatidas com um segundo tipo de antibiótico. Desta nova eliminação, sobram outras mais resistentes e daí por diante.


No caso da KPC, existem três medicamentos para tratar infecções causadas por ela. Por isso Zimmermann não considera esta uma superbactéria, só mais uma das bactérias que conseguiram anular a eficácia de alguns antibióticos.


Nos organismos em que a bactéria resiste, as infecções mais comuns são a urinária e a pneumonia. Os sintomas são os mesmos da infecção comum, como febre e dor no local. A transmissão, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), se dá no contato entre pacientes contaminados – seja de forma direta ou através de terceiros (médicos ou enfermeiros) – que tenham intervenções que possam causar infecções, como sondas ou catéteres, e estejam em tratamento com antibióticos por um período prolongado.


– Uma pessoa que não esteja internada na UTI nem sendo tratada com antibiótico não irá se contaminar. Não é uma doença contagiosa – afirma Zimmermann.


COMO SE PREVENIR

- Lave as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes ou qualquer objeto próximo delas
- Higienize as mãos com álcool gel, sempre que possível
- Só tome antibiótico se for prescrito pelo médico
- Todos os pacientes portadores de superbactéria devem ficar isolados
- Esteja atento à nova regulamentação da Anvisa sobre o uso de antibióticos. Não insista para que o farmacêutico venda remédio controlado sem a apresentação e retenção da receita

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive); Marcelo Schaefer, diretor de Vigilância em Saúde de Blumenau; e Ricardo Dimas Zimmermann, médico infectologista do Hospital Santa Catarina de Blumenau.

Fonte: JSC

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