terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mesmo com greve dos bancos, que começa nesta terça-feira, contas têm vencimento mantido

Começa nesta terça-feira a greve dos bancários, mas quem tem contas a pagar terá de encontrar outra alternativa, já que as datas de vencimentos estão mantidas, sob pena de multa e juros.

O sindicato da categoria de Blumenau estima que o dia inicie com cerca de 80% das agências fechadas. A maior adesão deve ser das unidades do Centro e as maiores dos bairros. A paralisação foi aprovada em assembleia quinta-feira e segue por tempo indeterminado. 

Os Correios também estão com parte dos serviços paralisados por conta da greve, que entra no 14º dia nesta terça-feira.

Lotéricas, transferência e pagamento eletrônico, correspondentes bancários e supermercados são alternativas para evitar as multas por atraso. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não haverá prorrogação de prazos de pagamentos de cobranças não recebidas em função da paralisação.

— O ideal é, primeiro, tentar resolver com a empresa (emissora do boleto). Se não der certo, deve procurar o Procon — explica Flávio Siqueira Jr, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Para quem depende dos Correios para receber o boleto de pagamento, o Idec recomenda o contato com a empresa credora para solicitar a emissão de segunda via do documento por meio de fax, e-mail, ou pelo site da empresa. Também pode ser solicitada a prorrogação do vencimento, para evitar a cobrança de juros e multas ou a suspensão na prestação de serviços. E, se após o contato por parte do consumidor, a empresa não disponibilizar nenhuma outra forma de pagamento e ele receber a conta com a cobrança de encargos, os valores poderão ser questionados na Justiça.

De acordo com os Correios, desde o início da greve, a média de atraso nas entregas chega a 35% das correspondências e encomendas. Todos os dias, os Correios entregam 35 milhões de objetos. Os serviços de Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta também foram suspensos.

Para quem precisa enviar encomendas ou correspondência com urgência, durante o período de paralisação dos Correios, a recomendação do Idec é procurar por serviços de entrega alternativos ou privados.

O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e Região (Seeb), Leandro Spezia, explica que foram feitas seis rodadas de negociação desde meados de agosto. Todas sem acordo. A última proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), sexta-feira, foi de reajuste de 8%, foi rejeitada.

A negociação é nacional e envolve tanto as reivindicações dos trabalhadores do setor público, quanto privado. Este ano a pauta de reivindicação inclui aumento real de 5% mais a inflação do período, que resulta em reajuste de 12,8%. Outros pontos são a participação nos lucros de três salários mais R$ 4,5 mil, aumento do piso salarial (veja tabela), plano de cargos e salários, combate ao assédio moral e contratação de mais funcionários. Não haverá nova assembleia enquanto a Fenaban não apresentar uma nova proposta.

Na área de atuação do Seeb há 1.350 bancários. Em Blumenau há cerca de 60 agências.

Trabalhadores dos Correios terão dias parados descontados

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira que os Correios não negociarão com os trabalhadores em greve o pagamento dos dias parados. Segundo o ministro, quase 80% da categoria já retornaram às atividades normais.

A entidade que representa os funcionários em todo o país, contudo, garante que, de acordo com o último balanço, pelos menos 75% dos 107.940 trabalhadores aderiram à paralisação, iniciada no dia 14. Cerca de 50% dos carteiros e funcionários da triagem dos Correios de Blumenau continuam em greve, sem previsão para acabar.

O representante regional do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina, Clóvis da Costa Dias, explica que a empresa não avançou nas negociações e que a contraproposta dos trabalhadores não foi aceita pela empresa.

A categoria quer a adequação por perdas de 1994 a 2002 de 24,76%; piso salarial de R$ 1,6 mil; aumento linear de R$ 400; vale alimentação de R$ 30 e vale cesta de R$ 300. 

Fonte: JSC

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