terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quatro dias antes de Maria sumir, namorado e melhor amiga preparam festa surpresa de aniversário para ela

21 de janeiro de 2011, um dia depois de completar 51 anos, Maria Rosângela Muniz ganhava uma festa surpresa do namorado, Elias Schroeder, 50, e da melhor amiga, Vanessa Nardes, 23. O momento era de alegria. Ela estava rodeada das pessoas que mais gostava. Domingo, a história de amor e amizade sofreu uma reviravolta. A melhor amiga e o namorado foram presos como principais suspeitos pelo assassinato da gerente financeira da Unisaúde Ocupacional (cooperativa de serviços em segurança e medicina do trabalho).
A polícia apresentou nesta segunda-feira os dois e um comparsa supostamente contratado por R$ 3 mil. Elias era presidente da Unisaúde e Vanessa, a auxiliar financeira mais cotada para assumir a gerência. Tanto que, após o desaparecimento de Maria, dia 25 de janeiro, a amiga foi nomeada para o cargo. O casal mantinha a discrição no ambiente de trabalho, mas passava os finais de semana juntos e frequentava eventos sociais.


A mesma felicidade foi dividida no Natal, junto à Família Muniz. Era a primeira vez que Maria, em pouco mais de um ano de relacionamento, apresentava Elias aos pais, dois filhos, três irmãos e aos sobrinhos. Na ceia, sentaram-se lado a lado. O relacionamento estremeceu quando Maria, de acordo com a investigação da Polícia Civil, descobriu um rombo no caixa da cooperativa. Os suspeitos pelo desfalque seriam Vanessa e Elias, de acordo com o delegado da Divisão Estadual de Investigação Criminais (Deic), Renato Hendges.


Maria avisou que contaria sobre o problema na assembleia da cooperativa. A suspeita do delegado regional Rodrigo Marchetti é que, se o caso viesse à tona, a reeleição de Elias para presidência da Unisaúde ficaria comprometida. Vanessa contou ontem ao delegado Bruno Effori, da Central de Polícia de Blumenau, que ela marcou de encontrar a amiga em frente à Millium, na Rua 7 de Setembro, dia 25 de janeiro - dia do desaparecimento. As duas foram juntas até o apartamento 301 do Edifício Bela Aliança, na Rua Rio do Sul, uma transversal da João Pessoa.


Lá, Maria teria sido surpreendida pela presença de Edemir Pelin, 25, apontado como executor do crime. De acordo com o delegado Hendges, ao entrar no imóvel, Maria levou um golpe na cabeça com o extintor de incêndio e depois foi degolada. O corpo dela foi jogado na Estrada Arraial do Ouro, em Gaspar, e encontrado dia 1º de fevereiro. No mesmo dia em que a gerente desapareceu, Vanessa registrou a ocorrência do desaparecimento na Polícia Civil. Ela e Elias iam diariamente à casa da Família Muniz prestar solidariedade.


O namorado da vítima era o que mais procurava a Central de Polícia para pedir informações sobre a investigação, conta o delegado Effori.


- No começo achamos um boa atitude, pois pensávamos que eles queriam nos ajudar em um momento tão difícil - desbafou o irmão de Maria, Jonas Muniz. Os pais de Maria Rosângela, ao saberem dos motivos do crime e quem são os principais suspeitos, disseram apenas estar muito abalados e preferiram não falar sobre o caso. Elias e Vanessa estiveram no velório e no enterro, quinta-feira passada. Ela ficou o tempo todo afastada. Ele apoiou a família.

Fonte: JSC

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